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Nova Estrutura Residencial e Centro de Dia para doentes de Alzheimer e outras demências é uma resposta única no Sul do país.
É uma doença que causa muito sofrimento, não apenas aos doentes, mas também aos seus cuidadores, nomeadamente os familiares, pelos desafios que traz. Foi para melhorar a vida das pessoas com Alzheimer e outro tipo de demências que foi criada uma Estrutura Residencial e Centro de Dia em Castro Marim, a primeira do género a Sul do Tejo.
A inauguração desta nova valência, com capacidade para albergar 70 utentes e de dar apoio a mais 20, em regime de Centro de Dia, aconteceu na sexta-feira, dia 24, e contou com a presença de Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, que não poupou elogios a José Cabrita, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim, pela sua determinação e por «nunca ter desistido, apesar das dificuldades».
Afinal, estamos a falar de uma obra de cerca de 5 milhões de euros, mais de metade dos quais garantidos por esta instituição, apesar da área de influência da Estrutura Residencial e Centro de Dia para doentes de Alzheimer e outras demências castro-marinense ser todo o Algarve e o Baixo Alentejo.
José Cabrita não esconde que realizar esta obra «foi muito difícil, mesmo muito».
«Os próprios municípios não estão preparados para isto. Castro Marim deu uma ajuda, mas o maior esforço financeiro foi da Santa Casa», disse ao Sul Informação.
Fazendo as contas, a obra foi cofinanciada em 1.134.701,80 euros pelo programa CRESC Algarve 2020 e contou com um apoio de cerca de um milhão de euros do Município de Castro Marim.
O restante, foi a Santa Casa castro-marinense que garantiu, através de capitais próprios e um empréstimo. «Estamos a falar de alguns 3 milhões de euros de capitais próprios, que ainda temos de pagar».
No entanto, o provedor da SCM de Castro Marim não se arrepende do esforço para construir a residência, feita a pensar em doentes que «necessitam de um tratamento totalmente diferente».
«Eu fico cada vez mais preocupado, mesmo preocupado, porque se associava estas doenças a pessoas com 60 anos. Mas não, hoje aparecem-nos aqui pessoas com 40 ou 50 anos. Fico bastante triste com isto», enquadrou José Cabrita.
«São pessoas com necessidades muito específicas. É por isso mesmo que eu achei que devia fazê-lo. Custou muito, mas valeu a pena», disse.
Quem também partilhou este «sonho antigo» de José Cabrita de criar uma resposta específica para doentes com demência, nomeadamente Alzheimer, foi Francisco Amaral, presidente da Câmara de Castro Marim.
«Sei bem o que é a demência e lidei de perto com a doença. Sei o que as pessoas sofrem, principalmente as famílias, que entram em desespero e ficam exaustos ao tentar cuidar destes pacientes», revelou ao Sul Informação o autarca, que também é médico.
«É preciso saber lidar com pessoas com este tipo de doenças. É por isso que todos os funcionários estão a ter formação específica», acrescentou.
Apesar das dificuldades em lidar com doentes com Alzheimer ou outras demências, a verdade é que, até agora, abaixo do Tejo, não havia qualquer resposta específica para estas pessoas, muitas delas idosas, que acabavam internadas em lares, sem cuidados adequados à sua condição.
«Acho que é importante realçar este aspeto, o de não haver nenhum lar deste género a Sul de Lisboa. Isto faz com que esta não seja uma obra importante apenas para Castro Marim, mas também para o Algarve e para o Baixo Alentejo», afirmou Francisco Amaral.
O presidente da Câmara de Castro Marim também salientou a «criação de dezenas de postos de trabalho».
«Esta é uma infraestrutura que tem uma resposta especializada na área de Alzheimer e de outras doenças e eu queria aqui sublinhar a importância desta obra dedicada – nem sempre, mas sobretudo – a uma população idosa, que vem dar resposta a uma grande lacuna a nível regional e, portanto, temos hoje motivos acrescidos para comemorar», disse, por seu lado, Ana Abrunhosa.
Fonte: Sul Informação
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